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Mulher, mãe, companheira. Uma ávida entusiasta sobre a História da incrível jornada humana na Terra.

domingo, 14 de junho de 2015

Consciência Histórica

O ensino de história costuma ser um desafio para o professor no Brasil. Isto porque de certa forma, a disciplina História foi durante muito tempo, delegada a profissionais de outras áreas, que não detinham a licenciatura na área de História. Pessoalmente, todos professores que tive durante o ensino fundamental estavam muito mais voltados para a pedagogia ou para o curso de ciências sociais com habilitação para História ou Geografia. O motivo da falta de uma formação na área específica podem ter sido os próprios currículos escolares da década de 60, 70 e 80. Também se atribui a este fato a substituição dos cursos de História e Geografia pelos cursos de Ciências Sociais, concedendo aos formandos destes, habilitação para dar aula nas referidas disciplinas. Assim, passaram-se anos e anos com alunos saindo do ensino médio e fundamental sem ter o direito a um ensino de História com a capacidade de inspirar o pensamento crítico e sem despertar a consciência histórica. Mas o que seria essa tal de consciência histórica? Consciência histórica, pode-se dizer, é ter o discernimento de que o tempo de hoje não é mesmo, de que só temos o presente como palpável e sólido. Que o tempo passado é líquido e o tempo futuro, um gás, um vapor. Que o trabalho de recriar o passado pode ser considerado um tipo de ficção, uma invencionice humana, baseado claro, em fontes, em vestígios. É ter em mente que ao recriar o passado fazendo História implica também em entender que aquele momento vivenciado, sua forma de ver, pensar e sentir são diferentes do tempo vivido no agora.
Que os homens tenham consciência da história baseia-se, afinal, no fato de que seu próprio agir é histórico. Como usam intencionalidade, os homens inserem, pois, seu tempo interno (...) no contato com a natureza externa, na confrontação com as condições e as circunstancias de seu agir, nas suas relações com os demais homens e com si mesmos. Com isso, o agir humano é, em seu cerne, histórico. E ‘histórico’ significa aqui, simplesmente que o processo temporal do agir humano pode ser entendido, por princípio, como não natural, ou seja: um processo que supera sempre os limites do tempo natural. (RUSEN, 2001, p. 79)
Consciência histórica é também não ver o tempo como algo apenas linear, não apenas datas e fatos mas este é um desafio que o professor de História bem como o historiador enfrenta no seu cotidiano. O professor em sala de aula e o historiador em fazer suas impressões chegar ao conhecimento fora do ambiente universitário.

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História é a ciência dos homens no tempo. BLOCH, Marc.

História é a ciência dos homens no tempo. BLOCH, Marc.
Tempo, ainda tempos.

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